sábado, 5 de julho de 2008

A Terrinha

Vou-me seco ao nordeste
Ouvir o mar gritar ao sol
Ouvir o mato estalar de febre
Com a secura do agreste.

Vou-me quente ao nordeste
Pois que preciso de seus grãos
Sua pele vermelha e porosa
Suas fendas espalhadas no chão.

Mister é a sua febre gostosa
Sua neve mentirosa, dura
A falta de nuvem e de
Poluição tão maldosa
E impura.

Quero a Bahia, terra de Caymmi
Ou fortaleza com suas dunas,
Como corcovas amigas,
Saudades tenho de Martinópoles
E pastoreio dentro das ruas.

Saudades, ai que saudades
Do verde, marrom, preto
Crinas sofridas, cercas secas
Da vida lenta e demorada
Da porta arrombada
Sem medo.

Da angústia, do tédio
Da cadência que só as
Vacas sabem fazer
Com seus sinos dependurados.

Eu compro uma passagem
Que tal de avião?
O céu é tão lindo
Lá no triste sertão...

Mas em são paulo, meu bem
Alegro-me poder não ficar
Nessa terra de louco
Ninguém me impede
De voar pra lá!

Nenhum comentário: