sábado, 8 de novembro de 2008

À Minha Amada

À Minha Amada

Minha amada, quero dizer-te
- Com tuas já mudas palavras –
Das dores agudas de meu peito,
Coração, ah! os amores que nunca
Mais virão...

De andarmos juntos - as mãos
Atreladas - e os traços à frente
Cruzávamos com doces pés de vento.
Lembras-te, vida?
Dos nossos beijos com mais
Delongas que um relógio solar
Ou de nossa energia cadente nos
Olhares, lacrimejando-me o globo
Ocular, pequeno cais...

Ah, minha amada, e eu te alisava
Tanto, cruzando o dedo entre
Suas melenas falhas, tuas vastas
Cabeleiras desritmadas...
E eu caminhava sobre teus
Seios, lambendo tua íris numa
Paixão derradeira.

Era tão bom, vida, antes do seu
Último suspiro (tão discreto). Como
Foi bom inalar teu pescoço e deitar
- Choroso – sobre teu corpo, abraçando-o
Até seu total esquecimento...

Onde paraste, minha amada? Sinto
Tanto tua ausência... Minha pena
Hoje dorme esquecida...

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