Hei de ser castigado à duras penitências, Deus
Trabalharei o ferro doce, limpando a testa
Manchada de sangue e sal de meus poros.
Hei de trabalhar eternamente em carvão
De brasa, com portas nos pés.
Hão de esfolar-me e crucificar os olhos,
Senhor, e deitar o chicote dentado
Em minhas costelas rotas em dor.
Alguém há de me espetar até
Penetrar na carne em contínua sangria.
E nesse instante estarão rindo
Os avisados com ares sábios
Estarão em histeria, proferindo
Bem vindo, bem vindo!
Limpando o sangue da testa.
Hei de ser castigado, Deus, presumo,
Pois que não vejo o ouvinte,
Hei de ser castigado, ó pai,
Pois nunca lhe toquei, oro só
No perigo, beijo somente a razão.
2 comentários:
Onde estão os novos poetas ?
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