Era uma jovem! ah, e que jovem! O cheiro de febo refrescava a cuca da velha, que agora descia as mãos pelo pescoço, de olhos cerrados, e sentia as carícias de uma boca de homem beijando o perfume azedo que só o pescoço esbanjava, a boca transformava-se em nariz, que inalava a carne nova que a velha lembrava-se ter.
A água quente escorria por sobre seus seios que miravam o chão, na cabeça da velha, já não eram mais seios que fitavam o chão, eram seios como dantes, duros, orgulosos e rosados, que gotejavam leite para a pequena boca do rebento ou a do marido, sedento por um seio de mulher. A barriga de velha chacoalhava pendulada pelo corpo, ela sorria como uma bunda, com suas dobras sobrepujadas sobre as mesmas... Eram as dobras agora inexistentes para a velha, que acariciava com sabor sua cintura - e os olhos fechados - e, de súbito, sentiu uma mão tocar e massagear seu sexo, a mão do sexo, a mão masculina que bulinava a velha com fins de nocauteá-la, contudo, a mão não mais masculina era. A velha agora dobrava seus joelhos e sentia-se mais leve, seu corpo estremeceu-se todo, a palpitar de prazer, sua tez, seu pescoço, seus seios tristes, suas curvas e seu sexo saíram mais jovens do banho, porém, a velha saiu mais velha, pois sabia que o homem junto a sua mão masculina, não estavam mais esperando-a na cama após a ducha.
Um comentário:
E num desejo ardente de sentir-se e admirar-se, a velha pôde ter-se em leves e delicados traços juvenis, que lhe embalaram naquele banho borbulhante e agradável, como numa dança em que ela, sozinha, deixou-se envolver. De olhos fechados ela tateou seus pontos senis e decadentes, e felicitou-se por um momento, mas após o término daquele ritual ela sofreu pela ausência da sua doce juventude.
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