quinta-feira, 1 de outubro de 2009

50 Anos da Bossa-Nova

Quando souber ser paixão
Com seu ardor em combustão
Pus-me a gritar e a
Correr e a chorar
Na súbita amargura
Da perdição.
Oh, senhor, por que
Deste em minha mão
Caleijada e arrombada
O poder do perdão?
O poder do operário
Descalço, pé no chão.
O poder do sem salário
Catando o lixo co'a mão.
O poder ferroviário
Aguardando nosso chão.
São só poderes em vão
Poderes inúteis
De perdoar o que
Eles são.
Poderes ilegais
Que tu deste
Sem razão!
Não! não posso
Aceitar esta brasa
Esta laje
Esta casa
Que a chama
Inflama
E arrasa, a
Chama chama
E arrasta, a
Chama queima
A couraça
Do país, da
Nação!
O Brasil que eu amo
Não é o Brasil que
Proclamo.
O Brasil que declamo
É o Brasil todo ano.
O Brasil que eu amo
Está além mar
Além céu, além bar
Além penar.
É utópico.
O Brasil que eu amo
É o Brasil chamado cantar
Carinhosamente chamado
De lar, doce lar.

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