sexta-feira, 9 de julho de 2010

Seis sonetos de exaltação - VI

VI

Ia arfando pela terra padecido de euforia,
Caminhando grave e simples com a noite no arfar.
Não sabia, Heleninha, tristes dores que há no amar,
Quand disto-te no espaço que a distância percorria.

Mas a vida, amor infindo, deu-me à vista o que eu não via:
Deu na terra que eu na terra só queria te plantar.
Semear mais bela flor que o cosmo sonha ter no altar
E colher-te com meus braços de colher perfumaria.

Expande a flor sedosa: rubras pétalas pro aquém! 
Leve ao vento as suas cores, cede à terra o seu florão, 
Que a noite o aroma adoça e faz o dia raiar bem.  

E tão bem raízes possam aspirar do coração, 
Desse peito que remoça e reforça meu alguém,  
O amor que a ti eu nutro, sempre ébrio de emoção!

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