quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Nódoas

Não quero a morte.
Não quero a vida.
Quero apenas o vazio da
Existência,
Que me põe a ninar...
Dia mais dia
Ela embala meu sono
Com silvinhos de cachaça
No ouvido, violenta.

Não quero a morte.
Mas quando ela vier me
Acariciar, digam-lhe que sonho
Dormir sorrindo
Mas que tive um grande
Amor...
Digam-lhe que leve minha alma
E queime-a, incinere-a
Como a vida faz!
Que esta já não vale.

Não quero a vida.
Essa andança corrida
Que já não miro mais...
Quero o agora melancolizado,
O vácuo do futuro,
A nódoa do passado.
Viver como quem vive do
Silêncio.
Mudo, indiferente
Num sem-som que é gente
E me entrelaça os dedos...

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