terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O último soneto

Eu acordei morto esta noite.
Meus olhos em treva piscavam nãos
Sucumbindo à escura solidão
Que me abria o peito em foice.

Adormeci em treva esta tarde.
E te vi branca e te vi linda
E te vi... E te vi ainda
Qual o último sol que invade.

Ai, que foi-me o derradeiro sonho,
O derradeiro sono e a nostalgia...
O derradeiro último de mim.

E agora em treva acordo e me ponho
E renasço e feneço em agonia
Penitente, solitário e sem fim.

Um comentário:

Tamiris Maróstica disse...

Ahh! Estou na posição de comentarista agora, mas gosto de tratar o comentário como extensão do próprio escrito. Antes de tentar executar o que me proponho quando comento em blog outros, eu digo que este soneto tem algo... na escolha das palavras... tem musicalidade, tem profundidade, tem sentires, tem uma essência leve apesar da aparente "morte".

E na infinitude de mim... sou...

Ah desculpa, eu juro que tentei, mas poesia me foge um pouco. Fica pra próxima.