domingo, 10 de maio de 2009

Poema - Música a Verônica Ferriani


Postava-se o samba de joelhos ao morro senil
enquanto expelia pela boca seus términos sussuros
De um amargurado e esquecido terreiro chamado Brasil
Era o samba e a morte de encontro derradeiro
De batuque, de pandeiro sem o povo Brasileiro

Samba que vivia de cachaça, de bohêmia e de
pirraça, enriquecido varonil
amou com estardalhaço, mas pisou no descompasso
Arrebentou-se e sumiu

Atento à desfeita desse povo tão ingrato
Tomou logo a ribanceira como rumo e partiu
Com sua sina corriqueira de agonizar pobre e calado
Só guardando em seu peito um amor chamado Brasil

Pois que surge meiga voz inquietante
Vinda direto do palanque, revivendo a melodia
Interpretando a poesia, revivendo seus amantes
Com o samba reerguido, louvado percebeu:
Agora não há homem no mundo que não saiba verso seu

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