sábado, 27 de junho de 2009

O Cão

Ai, que dó, ai ai, que dó
Foi que vi o pobre animal.
Revirando lixo, imitando bicho
Nas ruas amargas da capital.

Precisava de ajuda, estava só o pó
E tão só, que era - sim - de dar dó.
Não era mau. Era acuado, judiado,
O coração de dar nó e o corpo abafado.

Apanhei-no com cautela, tão lindo
Tão fofo e traquinas, dei-lhe banho,
Casa e comida; e na porta ladrava
Quando notava a minha saída.

Tão lindo era o cão que retirei
da perdição que nem lembrei-me
do dono revirando o lixo com a mão.
Era o dono que morria e o cão que
----------------------------[ficou são].

Um comentário:

Helena, claro. disse...
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