segunda-feira, 28 de junho de 2010

Seis sonetos de exaltação - I

I

A galgada madrugada da alta lua que trespassa 
Despeja-me um tal frio que me cintila no pulmão. 
E despeja cá também albina e lépida luz rasa 
De uma estrela, tu Helena, enevoando-me a razão. 

És tu a madrugada, gota quente de sonata 
Rosa estrela, estrela rosa, és um ponto à escuridão 
Que derrama, de beleza, o calor que a alma mata 
Sufocando-me de calma e doce paz no coração. 

Aspirava escalar-te, estrela alta, pura Helena 
Pelo plácido caminho, via alva a rota albina 
Pra dizer-te, sussurrar-te, embebido em ébria cena: 

"Desce à terra, amor infindo, seja a vida e minha sina. 
Dê-me os dedos, dê-me os olhos, neste pálio não mais trema 
E alumia-me mia alma co'esse brilho que rebrilha." 

Nenhum comentário: